terça-feira, 9 de abril de 2013

Expectativas literárias, açúcar e o poder do Dó-Sol-Lá-Fá

O milagre - Nicholas Sparks


Sabiam que com apenas quatro acordes simples de violão (SolLá Menor, Fá Dó) é possível tocar inúmeras músicas de diversos gêneros? Não é preciso ser um grande violonista pra saber tocar muitas músicas. Um par de amigos já provaram num vídeo que foi viral no youtube (assistam neste link... Mas só depois de ler a resenha, é claro). E sabiam que, com alguns elementos simples como um personagem cético, pessimista ou parcialmente infeliz, uma cidade pacata na Carolina do Norte, a dosagem certa de romance e um final magistral onde o personagem cético, pessimista ou parcialmente infeliz encontra o verdadeiro sentido da vida e pode voltar a ter fé (ufa!), é possível fazer um romance de sucesso? Ah, claro, mas isso se você for Nicholas Sparks. 
É impossível não perceber que a maioria dos romances de Sparks seguem o mesmo modelo. E é impossível não perceber o quanto ele é bom fazendo isso. É o poder de ter uma boa base em que se apoiar, meus caros. Vejamos isso pelo exemplo das músicas e seus acordes. Existem pessoas que simplesmente fogem do gênero romance achando meloso demais, mas não é bem isso que vemos no Sparks. Ele sabe a dosagem certa de açúcar que um bom romance deve ter. 
Comparando O Milagre, Um homem de sorte e Querido John, que são os livros de Sparks que já comprei em toda a minha vida em ordem decrescente da data da compra, percebo que o que mais gostei foi justamente o primeiro que li dentre estes: Querido John. Não sei se foi porque o livro é realmente melhor ou porque foi o primeiro e, como Sparks segue um modelo, os outros foram meio que um dejavú, ou, talvez, porque a história de Savannah e John era a que mais me parecia plausível. Ou todas as anteriores. 

Gosto de histórias que sejam no mínimo possíveis. Eu não tenho que acreditar necessariamente em cada palavra, cada informação, mas, se for possível, o autor já ganha minha simpatia. Acho lindo, cara, admiro muito quando um autor viaja, sai do conforto de sua poltrona só pra pesquisar a fim de fazer sua história parecer mais real. Mas, opa, o Nicholas mora na Carolina do Norte e onde se passam a maioria das histórias de seus livros? Ah, há, na Carolina do Norte! Isso seria uma indireta se isso de Carolina do Norte não funcionasse tão bem pra ele.
Durante a leitura de Um Homem de Sorte tudo que conseguia pensar era no quanto aquela história era inverossímil na realidade em que vivemos. Que tipo de homem atravessaria um país enorme só pra encontrar uma mulher que viu numa foto que encontrou perdida num deserto? Mas ignorei isso, porque essa é a graça dos romances, , eles devem emocionar e não ser racionais. E emocionou mesmo. Fiquei presa as páginas do livro até terminar. Mas o grau de possibilidade da história influenciou o número de estrelinhas na hora da avaliação no skoob, não vou negar. 

E agora O Milagre... Bem, foi só mais um. A história é muito boa, como todas do Sparks. Emocionante como Um Homem de Sorte e plausível como Querido John, já que eu acredito no amor (sim, existem pessoas que não acreditam, ou pelo menos dizem que não. Eu mesma conheço algumas), apesar de achar que o de Jeremy e Lexie aconteceu rápido demais. Tentei ler sem expectativas e, pra vocês terem uma noção, nem li qualquer resenha e passei longe da sinopse, pra ver se caso eu não esperasse demais, o enredo ficava mais surpreendente, interessante, sei lá, mas... Nada. Cheguei a conclusão de que é impossível não esperar nada de uma leitura. Você sempre espera, ainda mais com um nome como o do Sparks estampado na capa, foi mal, não consegui ler sem expectativas, mas juro que tentei. E o fato de eu já ter lido  uns 4 livros do Sparks e ser um pouquinho exigente também não ajuda. Mas a leitura não foi maçante em parte alguma, mas pelo contrário, leitura foi fluída (comecei a ler ontem a noite e terminei hoje a tarde, hehe, as férias são ótimas) e, olha, o enredo é bem interessante, só nada do tipo tipo OH-QUE-LIVRO-PERFEITO-MORRI, mas, analisando como um todo, o livro é muito bom. Ótimo pra dar aquela distraída, sabe, ler na praia ouvindo as ondas, sob a sombra de um guarda-sol e pensar no poder de transformação que o amor pode ter sobre as pessoas assim como teve sobre aqueles personagens... hahahahaha, tá bem, parei.
Enfim, o livro é de fácil entendimento, os diálogos são bem divertidos, o romance é de qualidade, a história tem conteúdo, os personagens são bons... Típico do Nicholas, só isso. 
Recomendo pra quem quiser abstrair um pouco e curtir um típico romance à lá Nicholas Sparks. 

Avaliação: 7,5

Beijos,
Ana Alice N.

P.S.: Agora que já leu a resenha, pode assistir o vídeo dos 4 acordes 25 músicas, hahaha

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